96. Se na atualidade a arte sacra tem contribuído para uma imagem de um São José mais bíblico, o mesmo tem feito a arte profana?

Evidentemente que a arte profana tem pouco se interessado deste campo, contudo um dos grandes meios de penetração e de formação de opinião na sociedade, o cinema, não deixou de registrar através do filme “Jesus de Nazaré” de Franco Zeffirelli, a importância de São José na história da encarnação de Jesus, inserindo-o na árvore genealógica de Davi, dando-lhe assim o fundamento jurídico ao seu título de Messias. Zeffirelli apresenta um José atraente e jovem com a missão de pai de Jesus e protetor de Maria, inserido dentro de uma família normal e exercendo a sua profissão de carpinteiro. Um indivíduo humanamente completo, enriquecido de uma grande religiosidade que o tornava dócil aos planos de Deus.

Entretanto, se bem que o perfil humano de José apresentado no filme seja bem conduzido, todavia deixa a desejar no aspecto teológico, pois apresenta José desconhecedor do mistério da gravidez de Maria e portanto suspeitoso de sua honestidade, buscando inclusive uma solução para o impasse com o conselho de um Rabino. Omite também o anúncio do Anjo a José durante o sono, não evidenciando que ele era divinamente guiado. Contudo, muitos valores da pessoa e da missão de José não passaram desapercebidos.