40. Qual é o significado da fuga da Sagrada Família para o Egito?

A descrição deste episódio é um particular que devemos à pena de Mateus (1,13-22). O evangelista mostra, neste relato José no exercício de seus direitos e funções de chefe da Sagrada Família. É a ele que o Anjo aparece e lhe fala comunicando-lhe a destinação. Recebida a ordem de Deus, José põe-se a executá-la imediatamente.

Mateus viu neste acontecimento da fuga e volta do Egito da Sagrada Família o cumprimento da verdadeira libertação, prefigurada no antigo Êxodo e compreendida na profecia de Oséias (11,1): “Do Egito chamei meu Filho” (Mt 2,15). Jesus é considerado por Mateus o verdadeiro Moisés que conduz o seu povo para a libertação definitiva. “Como Israel, diz João Paulo II, tinha tomado o caminho do êxodo de sua condição de escravidão, para iniciar a antiga aliança, assim José depositário e cooperador do mistério providencial de Deus, cuidou também no exílio d’Aquele que realiza a Nova Aliança”. José, salvando da morte a vida ameaçada do Menino Jesus, tornou-se o “ministro da salvação”, pois toda a salvação foi colocada, naquele momento difícil, nas suas mãos. Neste acontecimento tornou-se clara toda a debilidade da carne que o Filho de Deus assumiu ao encarnar-se e exprime-se na renúncia aos interventos miraculosos, para confiar-se totalmente às mãos de José.